ARACELI: SÍMBOLO DA VIOLÊNCIA . por Pedro Argemiro*
Durante mais de três anos, na década de 70, pouca gente ousou abrir a gaveta do Instituto Médico-Legal de Vitória, no Espírito Santo, onde se encontrava o corpo de uma menina de nove anos incompletos. E havia motivos para isso. Além de o corpo estar barbaramente seviciado e desfigurado com ácido, se interessar pelo caso significava comprar briga com as mais poderosas famílias do estado, cujos filhos estavam sendo acusados do hediondo crime. Pelo menos duas pessoas já tinham morrido em circunstâncias misteriosas por se envolverem com o assunto.
Suspeitas sobre a mãe da menina
Araceli vivia com o pai Gabriel Sanches Crespo, eletricista do Porto de Vitória, a mãe Lola, boliviana radicada no país, e o irmão Carlinhos, alguns anos mais velho que ela. Na casa modesta, localizada na Rua São Paulo, bairro de Fátima, era mantido o viralata Radar, xodó da menina, que o criava desde pequenino. Segundo o escritor José Louzeiro que acompanhou o caso de perto e o transformou no livro "Araceli, Meu Amor" - o nome Radar foi escolhido pela garota "para que o animal sempre a encontrasse". Araceli estudava perto de casa, no Colégio São Pedro, na Praia do Suá, e mantinha urna rotina dificilmente quebrada. Ela saía da escola, no fim da tarde, e ia para um ponto de ônibus ali perto, quase na porta de um bar, onde invariavelmente brincava com um gato que vivia por ali.
No dia 18 de maio de 1973, uma sexta-feira, a rotina de Araceli foi alterada. Ela não apareceu em casa e o pai, num velho Fusca, saiu a procurá-la pelas casas de amigos e conhecidos, até chegar ao centro de Vitória. Nada. A menina não estava em lugar algum. Só restou a Gabriel comunicar a Lola que a filha estava desaparecida e que tinha deixado seu retrato em redações de jornais, na esperança de que fosse, realmente, somente um desaparecimento. No dia seguinte, quando foi ao colégio para conseguir mais informações, Gabriel ficou sabendo que a menina tinha saído mais cedo da escola. De acordo com a professora Marlene Stefanon, Araceli tinha "ido embora para casa por volta das quatro e meia da tarde, como a mãe mandou pedir num bilhete".
Dois meses após o aparecimento do corpo, num dia qualquer de julho de 1973, o superintendente de Polícia Civil do Espírito Santo, Gilberto Barros Faria, fez uma revelação bombástica. Ele afirmou que já sabia o nome dos criminosos, vários, e que a população de Vitória ficaria estarrecida quando fossem anunciados, no dia seguinte. Barros havia retirado cabelos de um pente usado por Araceli e do corpo encontrado e levado para exames em Brasília. confirmando que eram iguais.Por que a providência? Até então, havia dúvidas que era de Araceli o corpo que apareceu desfigurado no terreno baldio. Gabriel sabia que era o da filha - ele o reconheceu por um sinal de nascença, num dos dedos dos pés. Mas Lola disse o contrário. Assim que se recuperou, ela foi ao IML reconhecer o corpo e afirmou que não era de sua filha. Louzeiro recorda um outro fato a respeito disso, altamente elucidativo. Certo dia, Gabriel levou o cachorro Radar ao IML só para confirmar, ainda mais sua certeza. Não deu outra: mesmo com a gaveta fechada, animal agiu realmente como um radar, como Araceli premonizara, e foi direto à geladeira onde estava o corpo de sua dona.
PASSO A PASSO:
TRABALHAR O OBJETIVO DO PROJETO:
· Fornecer instrumentos para que as instituições que compõem a Rede de Atendimento aperfeiçoem o trabalho de prevenção e combate à violência contra crianças e adolescentes, com ênfase para a violência sexual;
· Possibilitar o protagonismo infanto juvenil no que se refere à defesa dos direitos da criança e do adolescente;
· Mobilizar a sociedade para o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes.
DIFERENCIAR ABUSO SEXUAL DE EXPLORAÇÃO SEXUAL
Abuso Sexual – É descrito como toda situação em que uma criança ou adolescente é usado como satisfação sexual de pessoas mais velhas. (pode ser um desconhecido, mas geralmente são pessoas em que confiam – irmãos / irmãs maiores, pessoas, cuidadores, amigos da família, vizinhos, professores, médicos, etc.) Esses contatos podem ocorrer mediante – força, promessas, ameaças, manipulação emocional, enganos ou pressões.
Exploração Sexual – É caracterizada pela relação sexual de criança ou adolescente com adultos, mediada por dinheiro ou “troca de favores”. Essa prática tem sido milenarmente denominada de “prostituição”.
LER E COMENTAR O TEXTO: O CASO ARACELI
· INFORMAR DISQUE DENÚNCIA:
Conselho Tutelar – 3333-2001
SOS Crianças – 0800-842000
CREAS – 3333-3561
· APRESENTAR PROGRAMAÇÃO
· PRODUÇÃO DE TRABALHO RELACIONADOS AO TEMA – SUGESTÕES (cartazes, paródias, poesias, literatura de cordel, danças, etc.)
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