LEITURA DE SÁBADO: CONTOS

A proposta feita pelo escritor Bruno Coriolano foi bem irresistível: ele nos concedeu um conto de sua autoria para que os alunos tentassem escrever o final. O conto foi este:
[COLOCAR UM TÍTULO]
“O que aconteceria se Galileu estivesse errado? E se o cosmo não existisse, ou não passasse de um sonho? Afinal, quantas vezes não fomos surpreendidos por sonhos que parecem reais? Temos condição de afirmar, com absoluta certeza e segurança, que fenômenos que a ciência pretende conhecer não são mentiras ou ilusões produzidas durante um sono eterno? E se existisse um Deus todo-poderoso, onipotente, onipresente e onisciente, mas malicioso e impiedoso, que tivesse como diversão enganar-nos sempre, fazendo-nos crer que o mundo existe ou que os enunciados matemáticos, físicos, químicos, lingüísticos e os demais são verdadeiros? Como então aplicar as práticas, que podem ser falsas, a um mundo que talvez nem mesmo exista?”
Inquietações como estas me fazem sempre refletir a respeito da vida que tenho levado. E se eu já estiver morto, e estiver nesse mundo tendo apenas uma segunda chance? Algo tipo uma oportunidade de provar que tudo que ando fazendo tem algum sentido? Nunca saberei, mas a história que relatarei será uma aventura vivida por mim que pretendo contar antes dos vermes comerem minhas carnes.
Na noite passada, ao deitar-me, senti uma sensação, não ruim, de inquietude e senti meus sentidos mais aguçados do que nunca. Sentia como se estivesse me transformando em um mutante ou algum super-homem. Era como um sonho real, ou melhor, era como está vivendo momentos de um sonho real. Ao despertar no meio da noite, resolvi sair e ver como as coisas estavam ao redor do mundo. Notei então que os acontecimentos já não eram mais os mesmo de outrora. 
...
E os escritos da galerinha que foram selecionados foram estes:
UM SONHO REAL


     Era como se houvessem banido toda a maldade do mundo. As pessoas  sorriam felizes, o céu tinha um brilho lindo e encantador, os pássaros cantavam canções de paz.
      A praça próxima a minha casa estava repleta de amor, casais apaixonados sentavam ali. Parecia que eu estava em um conto de fadas.
      Andei mais um pouco e cheguei ao centro da cidade. Não havia mais aqueles prédios enormes tapando a visão das pessoas. No lugar deles havia árvores, flores e crianças brincando felizes. Foi ali onde vi que nem tudo estava perfeito, havia uma criança que não se divertia com as outras, ela apenas chorava e repetia sem parar:
      _ Não é real, não acredite!
        Ao me aproximar dela perguntei:
      _ Por que não está se divertindo com as outras crianças?
      E ela apenas repetiu:
      _ Isso não é real, não acredite!
     Eu fiquei confuso, não entendia o que aquela garota queria dizer. Ao olhar bem no fundo dos olhos dela percebi que o que ela via não era o mesmo que eu. Nos seus olhos passavam cenas de desespero e dor. Quando me virei, percebi que nos olhos de todos passavam o mesmo. Então fechei os olhos por um momento, quando abri tomei um susto. Vi que era como se estivesse ocorrendo o fim dos tempos. As pessoas que eu havia visto se divertindo, estavam na verdade, brigando. Estavam ocorrendo guerras e catástrofes ambientais. Mas, no céu havia uma luz e nessa luz havia anjos e entre os anjos estava Jesus.
     Eles traziam uma mensagem que eu não havia entendido o significado. Eles diziam para nós preservarmos o mundo, pois não tínhamos muito tempo.  Mas para que preservarmos? O mundo agora já estava no fim e nada mais poderia ser feito. Quando eles pousaram na terra, os olhares das pessoas, que até então, estavam cheios de sofrimento, se alegraram com esperança.
     Os anjos do bem lutaram contra os do mal, o mal perdeu, sendo obrigado a sumir com seus seguidores e o bem reinou na Terra, os anjos se juntavam com as pessoas que haviam sobrado ali. O fato era que eu não conseguia me mexer, não conseguia sair do lugar onde estava.
      De repente uma voz soou atrás de mim:
      _ Daniel, Daniel _ repetia _ acorde!
      Ao me virar, vi Jesus!
     _Acorda Daniel, abre teus olhos.
    Mas eu estava com os olhos abertos, o que estava acontecendo? Era o que eu queria saber. Então fechei os olhos com força e quando abri vi a imagem minha querida mãe, me acordando. Já havia amanhecido e eu nem percebera o despertador tocando.
    Pela janela vi o dia maravilhoso que acabara de nascer. E percebi que tudo havia sido apenas um sonho mas, a mensagem dos anjos ficaria para sempre comigo.
Autora:  Maria Victória da Silva Oliveira, 14 anos / 9º B vespertino
Orientadora: Prof.ª Vanicleide Soares Gomes


UM MUNDO PERFEITO, UM MUNDO MELHOR
    Tudo estava diferente, pelo menos aos meus olhos. Não existia mais violência e nem drogas; as pessoas podiam caminhar nas ruas sem medo algum. Também não existia poluição, aquecimento global, efeito estufa... nada disso! O ar era puro, os animais não estavam em extinção, o homem não mais maltratava a natureza. As crianças podiam brincar nas pracinhas, sem que os pais precisassem se preocupar com atropelamentos e acidentes. Nas escolas os alunos se davam bem, viviam em harmonia com os colegas, professores e os demais profissionais. Isso tudo sem falar nas pessoas que, ao passarem umas pelas outras, sorriam e se comprimentavam.
    Em cada lugar onde passava, percebia diferenças. Era  como se fosse um novo mundo, um mundo bem melhor. E o mais interessante era que as pessoas pareciam não notar a diferença. Um mundo perfeito, onde não havia morte, fome, dor, nem sofrimento. As pessoas estavam todas felizes, alegres e sorridentes. Parecia que  todos tinham percebido que o planeta acabaria em breve e que nós estávamos antecipando cada vez mais esse fim. Todos tiveram um surto de realidade e ouviram o pedido de socorro da natureza.    Era lindo!
    Os pássaros voavam e cantavam uma linda melodia que misturada com o assoviar dos ventos, o murmurar das águas e os sons produzidos pelos outros animais, faziam a trilha sonora daquele planeta maravilhoso. O homem retirava da natureza somente o necessário para sua sobrevivência, sempre preocupado em repor tudo o que era retirado. A água do planeta era bem aproveitada. Não havia desperdícios e os rios eram tão limpos que dava até para ver os grandes cardumes, repletos de peixes coloridos nadando. Era muito bom presenciar aquilo. Dava uma sensação maravilhosa, uma estranha paz interior.
    De repente, algo começou a acontecer. De uma hora para outra as coisas começaram a ficar estranhas.  Parecia que tudo estava voltando ao normal, como era antes. O mundo de guerra e violência voltou a existir. Percebi, então, que estava acordando. Me decepcionei ao saber que tudo aquilo não passava de um sonho, um sonho que parecia muito real, mas era só um sonho.
    Bom seria se esse sonho fosse real, pois essa é a nossa realidade: destruição, desmatamento, fome, miséria... são inúmeros os problemas existentes. Quem são os culpados? Somos nós! Nós mesmos. Estamos levando o nosso planeta ao fim. O que devemos fazer? Talvez nos sensibilizarmos e  colaborarmos para a transformação do nosso planeta em um lugar melhor para todos. E como faremos isso? Talvez se cada um de nós decidir a melhor maneira de ajudar. Agora pare, pense, reflita:
      _ O que você pode fazer para mudar essa situação?
Autora: Letícia Vitória Sousa Pinto,14 anos / 9º B vespertino
Orientadora: Prof.ª Vanicleide Soares Gomes

O PODER DA LEITURA 
    Eu me sentia estranho, como se não fosse eu que vivesse no meu corpo.  Quando olhei para os lados, não vi mais o que tinha visto antes. Era como se eu habitasse dentro de um livro! Ao meu lado tinha um espelho, quando contemplei percebi um reflexo  realmente estranho: eu  vestido de super-heroi. Então me dei conta de que estava dentro de uma revista em quadrinhos e tudo que aquela revista falava  acontecia comigo. Para mim a ficha ainda não tinha caído mas, comecei a salvar pessoas de monstros devoradores e de outros seres malvados.  Me chamavam de super-heroi e eu tinha até super poderes como: voar pelos céus, visão raio laser... Eu me sentia muito diferente porque antes eu gostava muito de ler revistas em quadrinhos, mas nunca me imaginei em uma vivendo loucas aventuras, voando pelos céus e salvando a humanidade de terríveis monstros. Eu acreditava mesmo que não era um sonho e comecei a gostar de ser  invencível, embora não quisesse essa condição para sempre mas, somente em algumas ocasiões importantes.
    De repente...
    Me deu muita saudade da minha casa, do meu quarto, de ler revistas em quadrinhos mas... não de estar nelas. Eu gostei no início mas eu queria mesmo voltar para minha vidinha normal.
   Então, abriu-se uma porta e por ela vi meu quarto e corri para entrar no meu mundinho tranquilo. E entrei. Já no meu quarto, vi tudo igualzinho, como antes. E vi em cima da minha cama um bilhete. Nele estava escrito:
    “ Nunca  deixe de ler pois, através da leitura, você  viaja pelo mundo todo sem sair do lugar”
    Aquela frase ficaria marcada na minha memória para sempre e a partir de então, comecei a ler mais livros e me desenvolver melhor na escola. Nunca mais eu irei deixar de ler, porque a leitura nos leva a todos os lugares que quisermos, só basta acreditar que é possível  assim, todos os seus sonhos vão se realizar.
 Autora: Camila Thais de Oliveira Sidor, 13 anos / 8º C
Orientadora: Prof.ª Vanicleide Soares Gomes
MEU MUNDO
    Tudo havia mudado, o mundo estava cheio de vilões e super-herois. Parecia que estava acontecendo uma conferência de seres de revistas em quadrinhos no mundo real. Estavam todos no meu mundo: os vilões conversando com os super-herois.
    Quando dei por mim, já havia me enturmado com todos aqueles seres que pensei que fossem imaginários mas que, agora estava consciente, tinham saído do meu imaginário e ganhado vida e estavam no meu mundo que, de imaginário não tinha nada.
    Então,conversei com a Mulher Maravilha e descobri que  também eu tinha poderes, que era como todos eles. No começo, fiquei muito feliz, mas depois descobri que o meu poder era mais forte do que eu e que teria que aprender a controlá-los. Descobri também que meu nome heróico era  Mulher Biônica, me  empolguei tanto que acabei fazendo estragos e deixando de pernas para o ar todos aqueles seres.
    Entretanto, quando estava eu aprendendo controlar os meus poderes, senti alguém me chocoalhando e quando me levantei e sai para ver se tudo era real, tive uma amarga decepção, pois tudo era um mero sonho.
 Autora: Maria de Fátima de Oliveira Torres, 17 anos / 3ª B
Orientadora: Prof.ª Vanicleide Soares Gomes
O GRANDE MISTÉRIO DE BRUNO CORIOLANO
    Uma coisa muito estranha havia acontecido. O mundo havia mudado, não havia mais pessoas e nem plantas ou animais. Só havia coisas materiais, prédios, armas e mais.
    Então saí andando pela cidade para ver se descobria o que tinha acontecido. Encontrei alguns restos de roupas, restos de panos e continuei a andar. Avistei várias outras coisas espalhadas pelo chão mas, continuei andando. Depois de alguns minutos achei uma coisa esplêndida: vários sacos e embalagens de presentes. Vi uma mesa e senti um cheirinho agradável de comida . Como estava curioso para descobrir o que era fui experimentar.
    Chegando lá perto, senti um cheirinho bom.
    _ Cheiro de bolo! Falei pra mim mesmo e fui.
    Chegando lá perto e imaginando que aquela comida poderia  está infectada ou alguma coisa assim, peguei um pouco, experimentei e vi que era só um pedaço de bolo. Achei estranho, pois o bolo estava quentinho. Eu ainda não tinha resolvido o mistério mas, já tinha uma pista.
    E, ao continuar andando, comecei a interpretar a situação e pensei;
    _ Por que aquele pedaço de bolo  estava ali, arrumadinho, em cima de uma mesa?
    E, continuei a andar.
    No meio do caminho voltei a encontrar coisas estranhas. Já havia se passado horas e eu ainda não compreendia nada. Já estava me cansando porém, com bastante vontade de resolver o mistério.
    Resolvi voltar para casa pelo mesmo caminho e encontrei outras pistas interessantes. Depois, quando já estava perto de casa, avistei uma coisa estranha em uma janela. Fui chegando perto e vi que era um balão. Ele estava preso na janela de uma casa. Quando peguei, vi que estava bem cheio . Continuei andando em direção a minha casa, já cansado daquele silêncio. Quando cheguei em casa vi que tinha algo errado e pensei:
    _ Quando eu tinha saído de casa havia deixado tudo bagunçado e agora está tudo arrumado...
    Percebi que as luzes estavam todas apagadas. Eu não via nada, somente três pontinhos que pareciam três velinhas. E, quando fui entrando todas as luzes se acenderam e, as pessoas que pensava terem desaparecido estavam lá, na minha casa, gritando:
    _ Parabéns!!!
    E, começaram a cantar Parabéns a você...
    Eu fiquei surpreso e sem entender nada. Então, minha vizinha veio me explicar:
    _ Nós estamos fazendo a sua festa de aniversário. Parabéns!  Sabíamos que você era curioso e iria sair para  procurar. Por isso que chamei todos para preparar essa festa surpresa para você.
   E perguntei:
    _ Por que aqueles pedaços de bolos espalhados, balões pelas janelas, caixas de presentes e outras coisas?
    _ Eram apenas pistas , para você ficar mais tempo fora tentando descobrir o mistério e da tempo fazer tudo. E, agora vamos deixar de papo e abrir os presentes e depois curtir a festa. Falou a minha vizinha.
    E, fomos abrir os presentes. Ao abrir a porta do quarto eu parei e olhei para um único lugar, sem piscar os olhos.
    Sabem o que aconteceu?
    Uma coisa esplêndida, espetacular: um presente enorme!
    Seria só o pacote que era grande ou o presente era grande também? Não demorei  muito para abrir, tamanha era a minha curiosidade. E, quando abri aquele grande e esplêndido presente, vi uma coisa inesperada: era uma maquete gigante da cidade. Mostrava todos os lugares que eu andei hoje, e todas as coisas que eu vi.
    Esplêndido!
    Eu amei, pois vou me lembrar de cada lugar e também desse grande mistério.
    E eu fui abrindo os presentes. Um a um e amei todos. Falei com  os meus amigos e eles me parabenizaram. Agradeci a todos por terem feito aquela festa linda.
...
    E assim, o menino Bruno Coriolano foi crescendo e ele ia contando para todos a sua melhor festa de aniversário. Também começou  a deixar de ser tão curioso e esperar a hora certa pra saber das coisas. E todos que participaram dessa história  contaram as suas famílias e, tudo isso foi passando de geração em geração.
    E, agora, Bruno Coriolano vai escrever um livro contando toda a  história da sua grande festa de aniversário surpresa. E o título é: O estranho caso da jovem de Apophistyphon e outras estórias’. Ele já está quase terminando e já vai entrar em venda no Brasil inteiro. Ele vai ser um dos livros de contos  mais vendidos no Brasil. Compre  e se surpreenda com o ‘O estranho caso da jovem de Apophistyphon e outras estórias’.
Autora: Daniela Ferreira Gama, 13 anos /  6º B vespertino

Orientadora: Prof.ª Vanicleide Soares Gomes
SONHOS E VONTADES
   As pessoas pareciam mais simples, sensíveis, talvez. E a bondade era vista a olho nu em cada semblante. Até o mundo, o céu, a vida, pareciam mais iluminados, como se não houvesse escuridão. E todos os dias, os seres não se cansavam de agradecer ao Grande-Poderoso Deus por lhes conceder momentos tão maravilhosos como aqueles. No  entanto, tudo era novo para mim, que voltei para minha casa novamente e resolvi deitar-me. Queria pensar um pouco em tudo aquilo que vivi durante uns 10 ou mais minutos da minha vida. Percebendo assim, que mais uma vez eu tive um sonho e, diferentemente dos demais, esse foi mais nítido, curto, muito curto. Porém, inesquecível.
    Então, a partir disso, me vieram várias conclusões à cabeça. A maior delas sem dúvidas é que, nossos sonhos são do tamanho das nossas vontades e, além de tudo, existe alguém tão grandioso olhando para nós lá de cima e que é o autor dos nossos tão constantes sonhos. A vontade, que eu tinha / tenho de que o mundo se tornasse melhor foi tão extensa que devo ter sonhado. E como eu já tinha dito: ‘Era como um sonho real, ou melhor, era como está vivendo momentos de um sonho real’. E antes de partir, tive a oportunidade de ver o mundo da forma que queria.
Sânya Rubênia Ferreira Araújo, 17 anos / 3ª A vespertino
Orientadora: Prof.ª Maria José dos Santos
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A Bruno, o agradecimento sincero por contribuir com as nossas atividades educativas e também pelas palavras de incentivo aos alunos, pelos emails respondidos prontamente... temos muito o que agradecer.
A você, o reconhecimento pelo trabalho realizado e nosso respeito pela forma como honra a missão de educar e partilhar conhecimentos.

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